domingo, 26 de abril de 2009

Farsa de Inês Pereira

Acusado de plagiar autores espanhóis, Gil Vicente propõe a seus acusadores que deem-lhe um assunto para que ele desenvolva uma obra provando assim que tinha talento e personalidade. Aceita sua proposta, deram-lhe como tema um provérbio que diz: "Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube." Esse é o cerne de "A Farsa de Inês Pereira", donde entre outras, consta as personagens:

*Inês -> não aceita e não quer cumprir o papel da mulher de sua época, pois para ela a mulher não foi feita para viver enclausurada, fiando e esperando que lhe arranjem um marido, pois para esse, ela mesma daria a palavra final quando lhe apresentassem . Negando-se a fazer os trabalhos domésticos, ao chegar em casa sua mãe e ver que Inês não fiava, fica brava e a chama de preguiçosa ao tempo que ela rebate dizendo que preguiçosa era ela por tardar em arranjar-lhe um bom marido; marido esse que deveria ser fino, culto e de alta classe. (Com esse perfil de Inês, Gil Vicente já começa dar sentido ao tema de sua farsa)
*Mãe de Inês-> tem uma visão mais ampla da mulher contemporânea e, quer escolher o marido ideal para a filha.
*Lianor Vaz -> tipo de cupido - recebe dinheiro por isso - da época que faz o papel intermediário em casos amorosos; quando chega a casa de Inês, conta que no caminho fora atacada por um clérigo que queria violentá-la, o que realmente aconteceu, mas ao contá-lo, quer despertar em Inês os desejos da carne, preparando assim terreno para Pero Marques, seu primeiro pretendente.
(Nessa passagem Gil Vicente ataca o clero de sua época que era devasso, dissimulado e infiel)
*Escudeiro e
Pero Marques -> primeiro e segundo maridos de Inês, respectivamente.

Síntese
Inês casa-se com Escudeiro - que essa julga ser o marido ideal, pois sabe tanger viola e parece fino e culto -, mas instantâneamente se arrepende, pois quando sua mãe traz algumas moças para comemorar o acontecido, esse diz à Inês que desejava ser solteiro novamente; esse foi só o começo da desgraça para Inês; quando chegam a casa, o marido a enclausura e a proíbe de falar com qualquer pessoa e sai viajante deixando seu moço a cuidar e "vigiar" a esposa. Inês deseja que ele nunca mais retorne, porque a vida agora é pior que a primeira. Depois de algum tempo ela recebe uma carta informando que seu "bravo escudeiro" fora morto ao fugir de um mouro. (Gil contrasta nesse ponto a valentia de Escudeiro em casa e sua covardia ao ser morto por um mouro, o que era considerado desonroso para um escudeiro). Para Inês foi difícil disfarçar a alegria de ser viúva; ela finge um sentimento de luto ao receber visitas, mas o que ela que quer mesmo é casar-se novamente; e casa-se, agora com Pero Marques, aquele que rejeitara antes de conhecer Escudeiro, pois julgara-o pouco inteligente e honesto demais quando esse preferiu retirar-se a abusar dela quando ficaram sós em sua casa. Pero Marques que humildemente se conformou ao ser rejeitado pela pretendida, agora volta para desposá-la definitivamente e, por ter personalidade fraca, Inês faz desse seu "asno", encerrando assim essa
farsa onde Escudeiro seria o cavalo e Pero Marques o asno que, assim que se casa, Inês já pretende traí-lo. (AA)

Um comentário:

Anônimo disse...

oi!apreciei mesmo muito o vosso espaco!
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Au revoir

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